segunda-feira, junho 12

Feira do Livro - vendedores que já não lêem ou já nem gostam do que vendem ???

É rotina deste homem fazer todos os anos pelo menos uma visita à Feira do Livro de Lisboa. Por muito que critiquem a Feira é um enorme prazer aquele contacto em pleno jardim e ar fresco.



Há aspectos que se poderiam mudar mas haja intelegência nisso ...

Por exemplo, em vários stands ouve-se a queixa dos vendedores de que estão a vender poucos livros ...

Ora, aqui está um tipo de conversa de fundo que realmente incomoda o cliente ... pois para além da carga negativa associada ... práticamente desapareceu a conversa com o vendedor sobre os livros ... questionando-se este homem se os próprios vendedores já não lêem ou/e nem gostam do que vendem ... o que para alguns livros até se percebe ...

Incomoda porque ... conhecendo vários bons portugueses que mais parecem encarregados de aquisições de biblioteca que simples leitores ... eles compram ... assim como nós compramos !!! Além disso há muita mini-biblioteca pessoal comprada por cá e alguma parte durante a feira do livro ou nas viagens que permitem continuar a frequentar livrarias por esse mundo fora. Tal não se vê nos países nórdicos ditos ricos onde a prática é ir à biblioteca da Komune que em geral tem muito por onde escolher ou práticamente tudo (gestão centralizada de existências) ou ainda pode pedir-se para adequirir em 3 a 7 dias. Será mesmo que a média portuguesa de compras de livros per capita por ano é assim tão baixa? Temos referencias ou estudos fiáveis disso? Ou está a passar-se isso ao nível da feira ...

Outro aspecto que incomoda é a má tradução de livros. Algumas têm sido brilhantes ... mas encontram-se muitas verdadeiramente desastrosas ... Ler no original quando se conhece a lingua está ao alcance de poucos privilegiados (especialmemte em famílias de línguas afro-asiáticas e as línguas sino-tibetanas mas tb em muitas línguas indo-europeias) mas encontrar traduções consagradas para o Português é um quebra cabeças ... e diga-se com sinceridade que CUSTA MUITO pagar como se a tradução tivesse realmente sido bem feita para logo verificar que o próprio a faria dez vezes melhor e quem sabe até quase de borla ... ;-) Fica sempre este cuidado ... porquê um tão alto custo na edição em Português?

Outro aspecto que incomoda é o que se passa com as sessões de autores que podiam ser verdadeira festa de apreciadores e curiosos. Devidamente realizadas trazendo pessoas interessadas ... sei que é dificil mas há quem consiga ... e que promovam pelo menos meia hora de vivo diálogo (nem que fosse à Hyde Park speaker style) certamente na maneira de ver deste homem seriam catalizadoras de interesses.

Nimguém pense que deve ficar à espera que o visitem ... a iniciativa é necessária para alcançar sucessos. Se bem feito ... dentro de pouco tempo terão então de escolher entre inumeros candidatos quem convidam para isso ... mas tal como tem sido feito não admira que faça MUITO mal ao ego de qualquer pessoa que escreve ... já nem digo de escritores ... ou alguém espera que sejam os próprios escritores a tratar de trazer os seus admiradores ...

Um brinde aos poucos vendedores que ainda sabem conversar com entusiasmo sobre os livros que nos querem disponibilizar ... e ao bom senso nas alterações da feira que é uma festa devendo o seu ambiente festivo ser proporcionado desde logo pelos organizadores ...


PS: Aqui fica um registo de uma noticia de hoje ...
em http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=694829&div_id=291
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"Não sabe o hino? Não é português
2006/06/12 | 09:46
Tribunal recusou nacionalidade a indiana que não sabia a letra e a música do hino nacional e desconhecia os principais nomes da cultura e política nacionais. Apesar de ser casada com português e residir aqui há nove anos"
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Não escrevo sobre o caso em concreto pois não o conheço ... mas fica aqui o registo de que ... é melhor refrescarmos a nossa memória ... Quantos de nós sabe realmente o que foi pedido a esta senhora!? ;-) Será que é exigido um conjunto de requesitos préviamente estabelecidos ... ou é conforme o que o inquiridor mor decidir ;-)) Deixo para um próximo post esta questão da mudança de nacionalidade ... hoje que somos livres de mudar em quase tudo ...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

As Feiras e "as" Fnac, apesar das oportunidades geradas são pontos de venda muito impessoais. O verdadeiro espírito está no comércio local(um brinde a "Notting Hill" e a "U have mail") e nos tradicionais livreiros, sobretudo qd nem as bibliotecas contribuem p/ colmatar lacunas. Concordo k a Feira deve ter um ambiente festivo, por isso a dinamização do espaço faz toda a diferença. Kem sabe um dia, os vendedores e organizadores acabam por se entender em prol de 1 imagem positiva e apelativa. TPS. p.s. Tb deixei o meu comment no PD, sempre atento ;o)cheers!

9:13 da tarde  
Blogger A Sonhadora said...

Olá Buscador...de Paz,boa tarde...quando escervi(tentando fazer..) este poema, nada me veio á cabeça, senão o sentimento que trazia comigo...na altura!!!
O grito da minha alma!!!mas, gostei da análise que fizeste...e irei ver todas as indicações que me deixastes ficar no comentário.
Um abraço da sanhadora

6:56 da tarde  
Blogger A Sonhadora said...

Oi..cá estou de novo...e convido-te a passar de novo pela sonhadora...tens lá uma surpresa...espero que gostes...
Beijo e obrigada pelos sites...mto bons, adorei

9:12 da tarde  

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