quarta-feira, fevereiro 15

Onde fica o que realmente merecemos?

Estou a atravessar um momento que pessoalmente considero de sucesso, pois acabo de atingir um objectivo que levou digamos anos de trabalho! Mas tenho de reconhecer que o custo pago foi ou é proporcional ao longo caminho trilhado.
O que começou como um projecto para muitos, com decisões concertadas e apoio mútuo na família e amigos, veio a revelar-se na ponta final como um percurso a solo como muitas frentes de renhida batalha e obstáculos desnecessários.
As dificuldades de compreensão, os problemas e limitações pessoais de cada um, as invejas e egoismos, os falsos colegas, amigos e familiares, a incapacidade de manter um esforço elevado para alcançar realizações relativamente notáveis, tudo isso junto acabou por transformar parcerias em inimigos empenhados.
O individualismo interesseiro destas pestes revelou-se e revela-se na incapacidade em partilhar um sucesso em que alguém pelo seu trabalho e desenvolvimento dentro da equipa por alguma razão acabou por se destinguir. Quem não praticou desporto competitivo, e infelizmente a nossa sociedade está cheia de pessoas que não tiveram essa oportunidade, não alcança a percepção do que é essa dinâmica de equipa.
Apesar disso, neste momento, gostaria de acreditar que geralmente temos Tão-só o Que Merecemos! No fundo senão é o que merecemos, é o que nos damos ao trabalho de exigir/conseguir.
As nossas acções produzem sempre resultados incluíndo erros. Se assumirmos os nossos erros e limitações não há sofrimento injusto pois ninguém é inocente. O sofrimento é motor da aprendizagem da vida. Pagamos pelos outros? Que remédio, continuamos a querer viver em sociedade, não é? Nós todos carregamos as consequências das nossas decisões na vida. É o nosso senso moral de ocidentais que nos faz acreditar que alguns sofrimentos são injustos e merecedores de piedade e iniciativas para que serem aliviados. Não há graça, nem perdão, nem misericórdia.
O que merecemos fica no resultado do que construímos ao longo da vida. É natural que se queremos ir longe podemos ficar sozinhos nalgum momento ... o reconhecimento por outrem não é consequencia de merecer-se mas sim consequencia da satisfação das necessidades de outrem. Estarei errado?
Um brinde a todos os que reconhecem a necessidade de elevação humana, bem como as limitações de cada um em se elevar e com isso aprenderam a trabalhar em equipe e viver em sociedade.